Pará cria maior área contínua de preservação do mundo

Amazonia.org.br - 01/12/2006
Pará cria maior área contínua de preservação do mundo - 01/12/2006 disponível em http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=227652

O governador do Pará, Simão Jatene, assina na próxima segunda-feira (4) decreto estabelecendo nove Unidades de Conservação (UC) no estado, somando 16,4 milhões de hectares. São cinco Florestas Estaduais (Flotas), duas Áreas de Proteção Ambiental (APAs), uma Reserva Biológica (Rebio) e uma Estação Ecológica (Esec). O governo paraense espera com isso disciplinar a ocupação territorial e combater a violência fundiária, um problema que atinge todos os estados amazônicos e especialmente o Pará.

A Rebio Maicuru e a Esec Grão-Pará, a serem criadas na Calha Norte paraense, formarão o maior corredor ecológico do mundo. Juntamente com o Parque Nacional das Montanhas do Tumucumaque, no Amapá, três terras indígenas e o Corredor Central da Amazônia, no Amazonas, o resultado é uma área contínua de áreas preservadas de floresta (veja mapa). A Esec também passa a ser a maior área de proteção integral em florestas tropicais do mundo, ultrapassando o antigo campeão, Parque do Tumucumaque, em 362.871 hectares. "A criação dessas unidades de conservação na Calha Norte representa um passo significativo para a conservação de um dos maiores blocos contínuos de florestas tropicais do mundo, que está localizado no Escudo das Guianas", comenta o vice-presidente de Ciência da Conservação Internacional - Brasil, José Maria Cardoso da Silva. A entidade foi responsável pela realização dos estudos para criação das Ucs, juntamente com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e secretarias do estado do Pará.

"O ato terá dois significados importantes: assegura a proteção de 59% do Estado e eleva para ação de 59% do Estado e eleva para 42% a área protegida da Amazônia", celebra Adalberto Veríssimo, pesquisador sênior do Imazon. Desse modo, o estado fica próximo de atingir a meta estipulada pelo Macrozoneamento Ecológico-Econômico, que determina 65% do território estadual para preservação, entre áreas indígenas e Ucs.

Em nota divulgada hoje pela assessoria de imprensa, o governo paraense ressalta: "A linha ambientalista, entretanto, está longe de engessar a economia. O governo estadual pretende assinalar que a cultura conservacionista e preservacionista instala-se definitivamente para sustentar o desenvolvimento econômico, reduzir conflitos e desigualdades".

Veja os detalhes de cada UC:

Flota Paru - 3.612.914,02 ha.
Localiza-se na Calha Norte do rio Amazonas.
É a maior Unidade de Conservação de uso sustentável em florestas tropicais do mundo. Paru é maior que o território da Holanda.
Abrange os municípios de Almeirim (58% da área está situada nesse município), Monte Alegre (20%), Alenquer (18%) e Óbidos (4%).

Flota Trombetas - 3.172.978,13 ha.
Localiza-se na Calha Norte do rio Amazonas.
86% da floresta localizam-se em Oriximiná; 13% em Óbidos; 1% em Alenquer.
Tem grande potencial para uso florestal manejado (madeira e produtos não-madeireiros) e potencial para ecoturismo, serviços ambientais e mineração.

Flota de Faro - 635.935,72 ha.
Localiza-se na Calha Norte do rio Amazonas.
Abrande os municípios de Faro e Oriximiná.

Flota Amazônia - 512.602,62 ha.
Localiza-se nos municípios de Medicilândia, Prainha e Uruará.

Flota do Iriri - 440.493,70 ha.
Situa-se no município de Altamira.

APA Triunfo do Xingu - 1.679.280,52 ha.
Abrange os municípios de São Félix do Xingu e Altamira.
10% das propriedades possuem menos de 100 hectares.
20% têm entre 100 e 300 hectares.
10% entre 300 a 500 hectares.
60% têm mais de 500 hectares.

APA Santa Maria do Uruará- 942.826,28 ha.
Abrange os municípios de Prainha e Uruará.

Estação Ecológica do Grã-Pará - 4.245.819 Ha.
É a maior unidade de conservação de proteção integral em florestas tropicais do mundo.
Estende-se da fronteira do Pará com o Amazonas ao rio Maicuru.
Abrange os municípios de Oriximiná, Óbidos, Alenquer e Monte Alegre.
Incorpora porções das bacias hidrográficas dos rios Maicuru, Curuá e Trombetas (naquela área estão localizadas as cabeceiras do rio Trombetas, um dos mais importantes afluentes da margem setentrional do Amazonas e que drena cerca de 100.000 km2 localizados exclusivamente no Estado do Pará).
Em 95% do território dessa estação não há sinal de qualquer pressão humana.
Os 5% restantes estão sob média pressão e representam, possivelmente, focos de calor causados por atividades humanas isoladas na área.

Reserva Biológica Maicuru - 1.173.217 Ha.
Estende-se do rio Maicuru até o rio Jari, na fronteira do Pará com o Amapá.
Abrange os municípios de Monte Alegre e Almeirim.
Incorpora porções das bacias hidrográficas dos rios Maicuru, Paru e Jari.
Faz limites com o Parque Indígena do Tumucumaque; terra indígena Rio Paru D'Este; com o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque; e com a Floresta Estadual do Paru. Os rios que nascem nesta reserva são contribuintes dos rios Paru, Jari e Maicuru.
Em 98,5% dessa reserva não há registro de pressão humana.
Há uma pequena área (1,5%) de média pressão indicada pela presença de focos de calor.
01/12/2006
Fonte: Governo do Estado do Pará
disponível em http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=227652
UC:Geral

Unidades de Conservação relacionadas

  • UC Grão-Pará
  • UC Maicuru
  • UC Faro
  • UC Trombetas
  • UC Paru
  • UC Iriri
  • UC Triunfo do Xingu
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