OESP, Vida, p. A16 - 17/06/2008
Moradores denunciam desmatamento na Juréia
José Maria Tomazela
Moradores das comunidades da Juréia, entre Peruíbe e Iguape, no litoral sul de São Paulo, realizam hoje uma ação ambiental para denunciar desmatamentos recentes em áreas de mata atlântica protegidas da região. O grupo pretende realizar o "empate" (bloqueio) de uma área de mata atlântica que estaria sendo derrubada por produtores de banana, palmiteiros e madeireiros.
De acordo com o presidente da União dos Moradores da Juréia (UMJ), Dauro Marcos do Prado, o desmatamento foi denunciado no último dia 12 à Secretaria Estadual do Meio Ambiente. "Tivemos notícia sobre a derrubada de uma área de mata primária vitimando árvores seculares, como canelas e jatobás." Ele contou que os desmatadores fizeram disparos contra os guarda-parques na tentativa de amedrontá-los.
A área, no bairro do Despraiado, faz parte da Estação Ecológica da Juréia, que atualmente integra o Mosaico das Unidades de Conservação da Juréia-Itatins. Um grupo de 40 pessoas, entre ambientalistas e moradores, vai até o local para avaliar a situação e certificar-se de que o desmatamento cessou. Se necessário, os manifestantes ficarão em vigília no local.
CLAUSURA
Prado disse que a região da derrubada é de formação de mananciais que abastecem as comunidades tradicionais da Juréia. Segundo ele, os moradores estão insatisfeitos com o modelo de gestão ambiental da Juréia, depois da criação do chamado mosaico, pois teria "enclausurado" algumas comunidades. "Vamos esperar o julgamento de uma ação direta de inconstitucionalidade movida pela Procuradoria-Geral do Ministério Público do Estado, que contestou a mudança."
Ele disse que os moradores estão articulados na defesa do patrimônio natural da região. Este será o terceiro "empate" - modelo de ação ambiental criada por Chico Mendes na defesa dos seringueiros do Acre - na região. Os outros ocorreram em 2006 e 2007.
OESP, 17/06/2008, Vida, p. A16
UC:Estação Ecológica
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