O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, comandou hoje a operação Terra Nova, a maior já realizada pelos órgãos ligados ao MMA, para recuperar o controle da Floresta Nacional do Bom Futuro, em Rondônia. Ibama, ICMBio, Exército Brasileiro, Força Nacional de Segurança, Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar do estado, Sistema de Proteção da Amazônia-Sipam, Funai e Incra participam das ações, que envolvem mais de 360 servidores entre civis e militares.
Minc sobrevoou os acampamentos do Exército que cuidam da logística da operação e notificou uma fazenda no interior da Flona para a retirada do gado num prazo de 180 dias. "Acabou a omissão, acabou a moleza, agora é desmatamento zero. Não sai mais um caminhão de madeira". O ministro informou que, antes, saiam 20 caminhões de madeira por dia e que há 35 mil cabeças de gado na região. Ele afirmou que será feita a retirada de 25 mil cabeças de gado num primeiro momento, mas que "quem não fizer a retirada, terá o gado apreendido".
Sobre a situação dos moradores, o ministro anunciou que pretende alterar a categoria da Flona Bom Futuro. Na parte conservada, seria criada uma unidade de conservação de proteção integral, e, nos 100 mil hectares mais antropizados, uma Área de Proteção Ambiental de uso sustentável, onde, segundo Minc, seriam fomentadas e apoiadas atividades ambientalmente corretas, com a recuperação de áreas degradadas.
A Operação Terra Nova foi desencadeada em cumprimento a decisões liminares da Justiça Federal, que determinam a retirada de gado da Floresta Nacional e a desocupação da unidade de conservação. A unidade teve 28% de sua área desmatada de 1995 até o ano passado, o equivalente a cerca de 77 mil hectares de florestas destruídas para dar espaço, principalmente, à pecuária.
Na primeira etapa da operação, estão sendo montados 10 postos de controle nos acessos da unidade de conservação, com o objetivo de impedir o furto de madeira e de cadastrar os moradores. Os pecuaristas também estão sendo notificados para a retirada dos rebanhos da área. Para a retirada voluntária das rezes, a Justiça estipulou prazo não inferior a seis meses.
Não é permitida a entrada de gado na UC e nem de materiais para benfeitorias. Contudo, por enquanto o acesso dos moradores, apenas sendo exigida a identificação e o cadastramento de residentes e visitantes. Ninguém terá seu trânsito impedido e nem será desalojado de sua residência, no momento. Um panfleto está sendo distribuído nos postos de controle e orienta as pessoas sobre os objetivos da operação.
O Incra irá avaliar, a partir do cadastro dos moradores, quais teriam perfil de beneficiário da reforma agrária, para possível reassentamento. Dados do censo agropecuário realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE em 2007 apontaram 1.514 pessoas morando dentro da Flona Bom Futuro. Contudo, os órgãos envolvidos avaliam a população residente em cerca de três mil pessoas.
Nos principais acessos à Flona, foram instalados acampamentos do Exército, que alojam os servidores e provêem os postos de controle dos acessos secundários. Após a instalação dos acampamentos, cessou o fluxo de madeira explorada ilegalmente na Flona, que abastecia serrarias dos municípios de Buritis, Alto Paraíso e Ariquemes. Diariamente, são verificados vários caminhões retirando o rebanho da unidade de conservação.
O plano da operação prevê a construção de quatro guaritas nos principais acessos à Flona Bom Futuro e a desativação dos acessos secundários. Os levantamentos realizados para o planejamento da operação, que era elaborado desde 2007, apontam que, na Flona, existem 357 pecuaristas na unidade e que os 50 maiores criadores seriam responsáveis por mais da metade dos bois piratas criados na área.
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